quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que não deveria ter sido escrito.

Nunca demonstrei descaradamente que estava a fim de alguém. Não acho legal uma mulher partir pra cima quando o assunto é macho. Mas isso fica prum outro post.
O negócio é que sou astuta e levo comigo essa característica desde bem novinha.
Eu tinha 11 anos e gostava de um menino tímido que estudava comigo. Ele era bonitchenho, se comparado ao padrão de beleza que havia na minha sala de aula. Meu bem, em terra de cego, quem tem um olho é caolho rei, e ele não tinha só 1 olho. Ele tinha dois. E dois olhos bem verdes, o que contribui para que o seu reinado na classe fosse praticamente absoluto.
Como me mantinha distante, quase nunca nos falávamos. Só o essencial e blá blá blá.
Até que um dia tivemos que sentar em dupla pra fazermos um trabalho qualquer, típico de professores que não querem fazer nada e nos mandam debater sobre meio ambiente e racismo.
Ah, magavilha! Aquela era a minha oportunidade. Sem perder a pose, mandei um papo fajuto e ridículo que mostra minha sagacidade disfarçada:

- Foi você que me telefonou ontem?
- Não. Por quê?
- É, não sei. Minha mãe disse que um garoto ligou lá pra casa ontem e disse que era da minha sala. Já perguntei pros outros meninos, mas também disseram que não... Estranho. - Encenei.
- Não fui mesmo. Eu nem tenho o seu tel...
[Bingo!!! Era o que eu queria!]

- É, eu imaginei.
- Mas então, você poderia me dar seu número?
- Sim. - respondi meio hesitante e ele anotou meu telefone.

... Até hoje eu espero ele me ligar...

Ai cruzes, ele morreu faz uns 5 anos!!! Mas que humor-negro!