segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Jesus não é de Capricórnio!


Tá todo mundo falando de consumismo e capitalismo ultimamente... Inclusive nos comentários do meu post anterior, o qual em nenhum momento fiz alusão a esses temas paradoxalmente tão discutidos em Dezembro... E as pessoas falam tanto, mas tanto, que Natal não é sinônimo disso e que devemos priorizar o sentido que esta data traz, que creio que o Natal se tornou sim, sinônimo de consumismo e capitalismo...
.
Muitos argumentam que "devemos lembrar o verdadeiro sentido do Natal, que é o nascimento de Cristo" e outros blá-blás natalinos, mas em verdade vos digo, irmÕEs, Jesus não nasceu no Natal! Não vou explicar o porquê disso pois iria me alongar muito, caso se interessem, o GUGOU taí pra isso.
Aí zé povin diz que mais importante do que presentes, é estar reunido com a família e amigos... Cassetinhos voadores, tem coisa mais bacanuda do que reuni-los e fazer um amigo oculto antes de sentar-se à mesa, falar bobeiras e comer um belo de um peru? Isso não é ser consumista, pejorativamente falando. Tudo bem que o comércio lucra horrores e investe cada vez mais pra angariar compradores mas... e daí? Aqueles que receberem presente também estarão lucrando, ora pois!
Chega a ser ridículo ver como as pessoas nem se lembram de Deus o ano inteiro, mas às vésperas do natal bate o sino pequenino, sino de Belém... uma repentina religiosidade e vêm com esse discurso vazio e hipócrita de que devemos pensar no nascimento do Menino Jesus!
Não vou dar uma de "crente", mas Ele instituiu uma cerimônia em sua memória para nos recordarmos dEle sempre e não em seu suposto aniversário uma vez por ano - a Ceia*. Ele não é um personagem histórico, um Zumbi dos Palmares ou Tiradentes. Ele está vivo e se querem lembrar, que seja sempre.
Outro ensinamento muito recorrente nessa época, que configura a mera repetição ideológica e uma completa idiotização é que "no Natal devemos encher nossos corações de fraternidade e amor". Nhenhenhem! É só no Natal que necessitamos demonstrar fraternidade e amor? Realmente, frases tão bonitas essas que enchem a boca num dia, mas que são evacuadas no outro...
.
"Nossa, tá toda certinha assim, mas usa termos chulos e nem vai à igreja! Virou falsa crente?" Não, carai! Mas também não fico com esse papo torto e dissimulado. Se não querem ligar pras pessoas e nem dar presentes, não o façam, porém não usem como álibi falsos argumentos os quais não demonstram nem espiritualidade nem bondade...
*1 CO 11:25

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um (in)feliz natal.

Lojas abarrotadas, panetones e Jingle Bells anunciam: já é Natal na Leader Magazine.
Sempre gostei dessa época do ano, embora eu tenha perdido a conta de quantas vezes menti dizendo que tive um 25 de Dezembro maravilhoso, inclusive devido às decepções que sofri ainda na infância.

Não, eu não vou traduzir o que está escrito. Vá fazer um curso de Inglês!

Eu tinha 5 anos e estava participando daquelas festinhas de fim de ano da escola, com entregas de boletins aos pais, blá-blás dos professores e, claro, o bom velhinho entregando presentes para crianças que tenham sido boas (ou não, na maioria das vezes). É óbvio que, na verdade, eram os pais que davam os presentes aos diretores do colégio, que repassavam pra algum velho gordo, que os entregava para os pirralhos, a fim de que toda a encenação natalina acontecesse e perpetuasse a crença em ho-ho-hos e veadinhos (se bem que os veadinhos realmente existem). Eu não sabia disso.

Naquela época dinheiro fácil era raridade lá em casa, mas é óvni que eu não poderia deixar de sentar no colo do velho e ganhar meu presentinho. O 13º ainda não tinha saído e minha mãe, astuta e pimpona, me propôs a coisa mais triste pruma girina afoita por um vídeo-game: o acordo era que Papai Noel me entregasse uma barbie que brilhava no escuro e acendia luzes coloridas! "Tá mas qual o problema?", você muito esperto (a) me pergunta. Rá, o problema? O problema era que a barbie eu ganhara da minha avó no dia das Crianças!!! Mas eiiiiii, como assem? Por que minha mãe quem teria que dar o presente pra bosta do velho me dar? Por que ele mesmo não tiraria minha boneca do seu grande saco vermelho? Ma nem uma lembrancinha do tipo 'estive no Pólo Norte e lembrei-me de você'? Murchei e já fiquei cabreira.

Enfim, tive que participar daquele faz-de-conta miserávi... Fingi pras abiguinhas que nem sabia o que tinha naquele embrulho brega que combinava com minha blusa mais brega ainda. Pra completar meu êxtase frente às crianças ganhando um Nintendo 64, enquanto eu deveria me contentar com uma boneca usada, toda a esperança de ter um feliz natal se dissipou, tal como a fumaça da chaminé que o bom (?) velhinho nunca entrou...

Perto de me chamarem para a entrega do 'inesperado' brinquedo velho, eis que o viadinho da rena me diz:

- Ele é o meu pai!

- Né nada! - respondi confusa, porém decidida.

- É sim. Ele tá disfarçado de papai noel, não tá vendo a barba preta ali embaixo?!

Segurei o choro. Morria ali a boa menina ansiosa por um presente decente no final do ano. Nascia uma menina perversa e má, que até hoje tenta ter um natal feliz e destroi o sonho das criancinhas enganadas dizendo "PAPAI NOEL NÃO EXISTE!!!"

E pra quem não acredita, eis a prova da minha frustração:

Meu algoz pensando de lado "hahaha, acabei com essa mocreinha", eu decepcionada, o papai noel fajuto e meu presente brega e velho.