segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Poetando.

Um dia eu estava refletindo sobre o porquê de eu não escrever mais nada (nem livros, músicas, poesias, paródias...). Foi aí que comecei a olhar aquele dia chuvoso de sexta, com o céu enegrecido, através dos desenhos que a água formava no vidro da janela do ônibus...
Pude perceber que dias tempestuosos são mais inspiradores. Eu pensei “o que posso escrever a respeito de um dia com sol? Dias com sol não fazem os mesmos barulhos que a chuva faz. Dias com sol não provocam reações diferentes nas pessoas, pq são costumeiros. Dias com sol não escondem mistérios no céu que os dias com chuva escondem, com suas nuvens carregadas, cinzas... Dias com sol, por si mesmos, são claros, transparentes... não se tem o que falar de algo já nítido.”
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Apesar de considerar dias com sol mais felizes e gostar mais deles, confesso que o barulho que a chuva faz caindo no carro, os trovões assustando os despreparados, as nuvens escuras e seus raios repentinos, os pingos de chuva salpicando as poças d’água, o vidro molhado, as pessoas se apressando ainda mais para não se molharem, possuem uma beleza tal, por vezes merencória, que necessito expressá-las num papel.
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Através do poema de uma pessoa que passou na minha vida (pós-noivado) deparei-me com versos que retratavam "o sopro calmo" da primeira estação do ano.
Vi, então, que é possível escrever, sim, sobre dias com sol.
A alegria e a liberdade do verão também podem ser inspiradores, tão quanto ou até mais, que a nostalgia e a melancolia do inverno e do outono.
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Aliás, é possível escrever sobre tudo o que se queira, até mesmo fazer um soneto para um celular roubado!
Recordei-me, então, que já fui mais versátil e criativa: já fiz jingle para me animar a tomar banhos frios!
Foi aí que me dei conta que a poesia está, deveras, presente em tudo: desde um amor platônico até em uma poeira leve sob o criado-mudo.
A diferença está em mim, está em você, está dentro: em como nos permitimos ver esse tudo.
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Finalmente, cheguei à conclusão que a característica sine qua non de um ‘poeta’ é exprimir através das letras, o que o coração e a alma sentem. E, mesmo quando o coração e a alma nada sentirem, ser capaz de olhar as coisas, por mais vazias que possam parecer, com os olhos de poesia, captando toda emoção que ela pode transmitir, transformando qualquer rascunho na mais bela arte!

28.09.2009 (Com adaptações de hoje)

Adendo: Será que um dia outra pessoa me fará não somente ver o sol novamente, mas sentí-lo? Nhá. Meus dias serão verão quando souber que o verei. (Rá. Como me gustam trocadilhos.)

Escreva que eu te leio

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Ai nid you beibe Lá lá lá lá lá lá
Ai love you beibe Pa ra ra ra ra ra ra.